Desafiando conceitos

Poker é um jogo de habilidades, sendo considerado um esporte da mente. Não é a habilidade, ou a sua falta, que caracteriza não ser um jogo de azar, mas simplesmente porque o jogador interfere no resultado das jogadas .Quanto maior é a habilidade do jogador, maior é a chance de vitória, porém a sorte ou azar tambem se fazem presentes devido ao fator aleatório no embaralhamento e distribuição das cartas.

Por mais que o jogador tenha habilidade para induzir seu adversário a desistir das apostas, ou aposte com a melhor chance estimada em determinada street, o resultado será dependente da ação dos outros jogadores, ou, quando houver o show down, da melhor combinação entre as cartas comunitárias e as cartas dos jogadores, que já estava determinada quando as cartas foram embaralhadas e distribuídas.

O fator habilidade no jogo de poker é imprescindível. Sem ela qualquer jogador pode até vencer uma jogada, mas raramente vai vencer um torneio, porém a sorte ou azar no resultado final das jogadas é o fator determinante. O importante é fazer a jogada correta para cada situação.

É preciso entender que a variância, resultados não esperados no curto prazo, fazem parte do cotidiano do jogo. O importante é fazer a jogada adequada conforme seu conhecimento do estilo de jogo e os padrões dos oponentes. A habilidade se sobrepõe à variância no longo prazo, pois os jogadores habilidosos vencem mais vezes, mas a habilidade não supera a sorte em momento algum.

O que se pode dizer é que em uma grande amostra, na média , o jogador muito habilidoso terá melhores resultados que o jogador habilidoso, que terá melhores resultados que o jogador pouco habilidoso, que terá melhores resultados que o jogador sem habilidades, mas que esse último pode eliminar um jogador muito habilidoso em um torneio específico.

Habilidade é fazer a jogada correta para cada situação. Não considere jogada boa “a longo prazo”. Pode até existir jogadas com chances matemáticas idênticas, mas cada jogada é única. Os estilos dos adversários são diferentes, os stacks são diferentes, a situação no torneio é diferente, a importância do torneio é diferente...Não considere somente o fator Pot Odds para dar um call , mas sempre em conjunto com outros fatores, principalmente analisando qual será sua situação em fichas se ganhar ou perder a mão.

Não se iluda com estigmas. Não existe jogador tight agressive .O que distingue os jogadores é sua habilidade e a aversão ou propensão ao risco. O jogador que joga várias mãos ou é um jogador pouco habilidoso de atitude passiva ou que corre mais riscos, com atitudes ativas, blefando e aumentando as apostas. O que joga menos mãos também são ou jogadores pouco habilidosos, ou são conservadores que correm menos riscos, selecionando melhor suas mãos iniciais.

Resumindo, no jogo de poker...

1) Habilidade é essencial, a sorte é determinante;

2) Resultados inesperados são cotidianos;

3) A habilidade compensa a variância no longo prazo;

4) A habilidade não compensa a sorte em nenhum momento e em prazo nenhum;

5) Não existe jogada boa a longo prazo, mas sim, jogada correta para cada situação;

6) O que distingue os jogadores, é a habilidade e a propensão a risco;

7) O jogador tight não pode ser considerado tight agressive. Agressivo é quem corre mais riscos. Apostar com boas mãos não o torna agressivo.


Poker: esporte, amizades e trofeuzinhos.

Poker: esporte, amizades e trofeuzinhos.
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quinta-feira, 7 de março de 2013

Torneio entre confederações

A CBTH esta organizando um torneio nacional , sendo que ,cada uma das 12 federações filiadas deve convocar uma equipe composta de 1 técnico e 5 jogadores, sendo que obrigatoriamente devera conter uma mulher, o campeão estadual, sendo que na escolha dos outros jogadores deve ser levado em conta critérios técnicos e de representatividade. A CBTH , antes de promover eventos desse tipo, deveria primeiro fazer o dever de casa e se firmar como confederação filiada ao ministério dos esportes, estabelecendo critérios de rankeamento, divulgar os rankings estaduais e nacional, calendário esportivo, regulamentar a atividade, buscar uma tributação mais adequada e apoiar o esporte amador para o surgimento de novos jogadores. Os técnicos escolhidos, na falta de critérios objetivos, já estão anunciando suas equipes, que estarão sendo reforçadas com jogadores já consagrados internacionalmente, como Ale Gomes pelo Paraná e Christian Kruel e Maridu pelo Rio de Janeiro. Como na convocação da seleção nacional, há sempre apoios e discordâncias. Os jogadores do Rio de Janeiro estão fazendo suas críticas ,questionando a ausência do jogador do Fabio Souza e a presença da Maridu. Se esse torneio fosse destinado a incentivar a participação de novos jogadores no nosso esporte, entendo que a presença da Maridu, que é desconhecida da grande maioria das jogadoras que disputam os torneios cariocas, não irá atrair novas jogadoras para praticar o esporte. Não seria melhor treinar uma jogadora que participa regularmente do circuito? E quanto a presença dos jogadores profissionais mais renomados, em lugar de promissores jogadores que disputam regularmente os torneios estaduais, também estará atraindo novos jogadores para o esporte? Apesar de pagarmos as taxas federativas e confederativas nos torneios que participamos, não elegemos dirigentes, que são “indicados” pelos presidentes dos clubes. Não temos nem sequer uma associação de jogadores para nos representar. O que nos resta é pagar a conta da festa e ficar torcendo pelas “nossas seleções”, enquanto os dirigentes e profissionais milionários, se divirtem com nosso dinheirinho, fazendo um passeiozinho aqui, jogando um torneiosinho acolá...